segunda-feira, 24 de junho de 2019

Raparigas como nós, review

Hello!
Andei a adiar escrever esta review porque é um livro que, felizmente, tem sido muito falado. Com receio de ser “só mais uma opinião”, adiei escrever esta opinião, mas aqui estou eu, desta é de vez.

Uma história de amor irresistível, que é também o retrato de uma geração que cresceu sem redes sociais. Pode uma paixão da adolescência marcar o resto da vida?

Festivais de Verão, tardes na praia, experiências-limite com drogas, traições e festas misturam-se com amores improváveis e velhas amizades. Um romance intemporal nos cenários de Lisboa, Cascais e Madrid, que mostra tudo o que pode esconder-se atrás da vida aparentemente normal de uma rapariga… como tu.

«Beijamo-nos ao som daquela música que ouvia em casa sozinha deitada na minha cama. Durante o resto da vida, não importaria o que estivesse a fazer ou onde, quando ouvisse os primeiros acordes […], recordar-me-ia do olhar do Afonso fixado em mim, da sua mão no meu rosto, do meu coração a tremer e de me sentir a rapariga mais feliz do mundo. Porque Lisboa está cheia de bares a abarrotar de miúdas bonitas que, num piscar de olhos, se colocariam de gatas a ronronar nas suas pernas. Mas ele viu-me a mim.»

Algo que é visível neste livro é que o mesmo foi escrito em diferentes alturas. Não é que isto seja algo negativo, pelo contrário, acrescenta ao livro uma outra dimensão, aumentando a complexidade do mesmo. Na primeira parte do livro o tom é mais colorido, o ambiente é mais à “conto de fadas”.
Sinceramente, não gostei muito da segunda parte, a parte da infância. Teria gostado muito mais se esta apenas tivesse umas 20/25 páginas em vez das 65 que tem. Acredito que a grande extensão desta parte quebrou um pouco o ritmo da história.
Uma característica que gostei imenso neste livro foi o facto de abordar vários temas importantes e reais sem que estes soassem forçados. A exposição destes temas foi sempre muito natural e fluída. Com esta obra, Helena coloca em discussão temas como as drogas, a violência perante a mulher e o facto de esta ter medo de sair à rua sozinha, o término de relações entre outros.
Gostei muito das personagens, foram muito bem desenvolvidas e o leitor ganha empatia quanto às mesmas. É de ressaltar a capacidade da Helena de fazer o leitor não gostar de certas personagens, mas adorar outras.
Graças à escrita cativante e fluída é um livro que, apesar de ter 423 página, se lê rapidamente. Além disto, é um livro muito completo e bem elaborado com tronco, membros e cabeça.
Sem dúvida que é um ótimo livro que se encaixa perfeitamente no seu género, sendo comparável a livros YA internacionais e premiados.

Uma leitura com o apoio de...

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